sábado, 31 de maio de 2008


Axé, abadás, pegação, paqueras, trio elétrico, tênis, descontração, foliões. Carnaval o ano inteiro. "Pegar" 15 garotas numa festa. Spray "anti-séptico". Dançar até não agüentar mais. Muita aguá e frutas. Banda Eva, Chiclete com Banana, Jamil e Uma Noites, Asa de Águia, Ivete Sangalo e Cláudia Leite.
As micaretas, que acontecem todos os meses do ano, podem ser feitas a céu aberto, com artistas do axé music comandando a festa de cima dos trios elétricos ou em grandes casas de shows; lugares que propiciam momentos de festa, de liberar toda a energia e de se divertir muito. Alguns desembolsam verdadeiras boladas para verem de perto seu ídolo preferido, enquanto outros querem mais é curtir a folia sem gastar muito, na pipoca.
Se, por acaso, no meio de uma multidão você encontrar alguém que nada conhece do axé, não se assuste. Além dos fãs desse tipo de festa, existem aqueles que procuram os "carnavais fora de época" pelo clima de folia. São fãs de música eletrônica, freqüentadores de bailes funk, ou gente que nunca comprou um CD de axé na vida, mas que está lá para se divertir.


Origem:

Quem pensa que a palavra Micareta é uma criação tipicamente brasileira se engana. Na verdade, tudo começou com uma antiga festa francesa, a Mi-carême, que acontecia no país desde o século XV, sempre no meio da quarentena - período que antecede a Páscoa.
Este modelo europeu inventou o conceito de "carnaval fora de época", já que antes, o evento acontecia apenas em sua data oficial, no começo do ano. Seu objetivo era integrar a comunidade, sem seguir rigorosamente o dogma religioso de purificação durante quarenta dias antes do renascimento de Cristo.
O primeiro contato brasileiro com o termo se deu na cidade baiana de Jacobina, em 1933, quando o jornal local "O Lidador" passou a estimular a realização de novas celebrações na cidade, inspirado pelo modelo francês.
Com a popularização dos carnavais fora de época jacobinenses, em 35, o mesmo periódico aportuguesou a Mi-carême (que significa, literalmente, Meia-quarentena), transformando-a em Micareta
Até os anos 90 a folia ficou restrita aos baianos, depois ganhou os holofotes em todo o Brasil e se transformou em uma febre entre os universitários e jovens em geral, de estados como Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, entre outros.


Saiba mais:

segunda-feira, 26 de maio de 2008

(...)

Bom, lá da tal concentração nós já saímos um pouco tonta... Tinha um tal de batidão... Que as meninas viravam sem dó!
Fui com elas...

Bem abastecidas (foi assim que Júlia nos definiu) fomos para o grande evento. Chegamos lá... Nossa quanta gente! Comecei a ficar com fobia, mas Aninha apertou minha mão e entramos na muvuca em direção a entrada. Era tanto menino puxando nosso cabelo, agarrando nosso pescoço. Não entendi nada.

Quando conseguimos entrar já estava quase na hora do show. No meio do caminho em direção ao trio elétrico Júlia parou para conversar com uma turma de amigos. Fiquei mais afastada (até então não sabia que em micareta tem que andar sempre em “bando”) esperando elas, pois não conhecia os meninos.

Quando de repente a música parou e alguém gritou: com vocês... Ivete Sangalo.
Percebi tarde. Quando olhei para trás tinha muita gente correndo na minha direção.
Gritavam, pulavam... E eu, assustada, não soube o que fazer. Rezei!
Só lembro da Aninha gritando: Joana... Corre!
Tentei correr junto com o bando, mas era muita gente...Todos frenéticos!
E fui atropelada, literalmente.
Resultado... Fui para o chão e cortei meu braço.

Foi o segundo momento que fiquei com medo. O primeiro foi quando um cara muito forte me agarrou pela cintura e disse que ia me levar para casa. Eu ia chorar quando Aninha me salvou... E ficou com ele!
Mas já que eu tava na chuva... Fui me molhar.
Fomos assistir ao show... Fiquei ainda mais assustada... Algumas meninas choravam... Levantavam bandeira escrito “Ivete eu te amo”... Outras beijavam os meninos... Aliás... Aninha já tava no quinto, se eu não perdi nada.

Ai que eu reparei: eu era a única de calça jeans e sapato da vovó. As meninas usavam short jeans, tênis e a tal da purpurina.
Os meninos?A maioria sem camisa... Musculosos e com veias saltantes, que dava até medo!

Pensei: que “tribo” estranha! Ai parei de frescura e fui ser social.
Comecei perguntando Aninha... Porque ficar com tantos meninos...
E ela disse: por que beijar na boca é bom...
Respondi: Hum... Entendi!
Vi que ali não era para dialogar... Era para beijar e dançar. Diálogo só que levavam ao beijo.

Bom, querem saber como foi nosso fim?
Braço cortado. Aninha apaixonada por 10 meninos... Pasmem... 10 meninos!Que ela nem lembra o nome direito. Júlia subiu no palco e dançou com Ivete e Mariana, foi dançar “caranguejo”, sabe aquela música: segura na corda do caranguejo... Pra lá... E no pra cá ela caiu na frente do trio e... Junto com mais doze. Torceu o pé... E “pegou” o enfermeiro da ambulância.

domingo, 25 de maio de 2008

Em busca da minha "tribo"

Aninha me ligou: Vamos num micareta semana que vem?
Eu já tinha ouvido falar antes, sabia que tocava axé... Chiclete com banana... Ivete Sangalo... E topei! Quem sabe lá eu não encontraria minha “tribo”?
Fui comprar meu ingresso num shopping entupido de gente... Também atrás do ingresso, que não era barato não. Que fila... Mas consegui! Comprei feliz da vida...
Ai era só expectativa...

Chegou o grande dia.
Aninha me ligou cedinho perguntando se eu tinha “personalizado” meu abadá.
Eu disse que não sabia fazer isso. Foi o necessário para ela chegar com mais duas meninas, tesoura, linha e agulha. E corta dali... Corta de lá...
Júlia, amiga de Aninha, que agora já me chamava de amiga disse: Se arruma micaretera que 14:00 hs estamos passando aqui...
Eu só consegui responder: Ta bom... Amiga!

Não entendi o porquê de estar pronta tão cedo... Se o show da Ivete Sangalo estava marcado para 18:00 hs, mas não questionei.
Então coloquei minha calça jeans, meu sapato "da vovó" (minha irmã sempre fala isso, vive dizendo que sou muito brega). Maquiei bem leve meu rosto, pus aquele pedaço de pano que chamavam de “abadá” e pronto...estava arrumada!

14:00 hs Aninha me ligou: Vamos menina!
Eu respondi: Então vamos!
Tudo bem que não sabia para onde... Mas fui.

Dentro do carro, percebi que eu era a única de calça e sem pircing no umbigo.
A Júlia olhou para mim e disse: É a sua primeira vez né?
Eu disse sem graça que sim...
Ela tirou um mega estojo de maquiagem da bolsa... E começou a passar tudo rosa...Purpurina...no meu rosto!
Enquanto eu era preparada para ser uma micaretera de verdade, perguntei sem graça onde estávamos indo.
Ai mariana, a segunda amiga, falou que era um “concentra”. Não sabia que as “tribos” concentravam-se antes dos seus rituais. Saí do carro igual a barbie da minha prima Duda.

(...)

quarta-feira, 21 de maio de 2008

"Tenho várias caras. Uma é quase bonita, outra é quase feia.
Sou um o quê? Um quase tudo".

Clarice Lispector
Discutindo com meu professor sobre o rumo do meu querido blog, percebi que eu estava nadando contra a corrente...eu queria ir à fonte literalmente....fazer entrevista...
Estou aprendendo que aqui a estudante de jornalismo tem que usar menos o tato e mais o olfato...

Foi ai que entendi que o caminho seria mergulhar no mundo do ciberespaço.Só que todo o projeto ficou um pouco sem sentido pra mim...como falar de grupos sociais..identidades...se não vou ouvir eles?

Comecei a analisar a minha escolha...
Então, vamos a confissão: escolhi falar de identidade porque a minha identidade é VIVA..e muito viva!

E a luz acendeu...da lâmpada de idéias...da figura ai...
Eu já fui do reggae ao baile funk...do pagode à rave...fora as minhas indecisões que demonstram que eu não sou uma única pessoa...ah...mas não sou mesmo!

Sou várias em uma só!

segunda-feira, 12 de maio de 2008

EMOCORE...

Quem são eles...

Melodramáticos, sentimentais, sensíveis, compreensíveis, amorosos, emotivos. Usam franjas, mexas coloridas, tênis ALL STAR, roupas coloridas ou pretas e brancas, pulseiras de bolinhas, cinto de rebite e usam maquiagem. Na internet utilizam “Senhorita” e “Senhorito” como nick de MSN e usam palavras e expressões no diminutivo, como “ai que bonitinho!”, “que fofis!”. Ouvem rock melódico, como: Simple Plan, NxO e My Chemical Romance(MCR).Você pode encontrá-los numa pracinha ou no shopping da cidade, onde eles gostam de ir para fazer novas amizades e descontrair.

Para o grupo Emo a importância da roupa, do uso de acessórios, de maquiagem e do estilo musical tem grande relevância para a caracterização, uma vez que dão visibilidade à sua identidade grupal em meios as demais, tornando-os diferentes, o que permite a demarcação do seu território grupal. A peculiaridade das roupas se dá pela constituição da sua imagem com utilização de objetos e adereços característicos, os quais, muitas vezes, podem ser vistos com certo estranhamento por parte da sociedade.

Os Emos fazem uso da dimensão simbólica como a principal e mais visível forma de comunicação. O shopping e a pracinha tornaram-se territórios característicos dos Emos, locais de inserção de várias esferas que provocam o contato social, onde estabelecem novas amizades e relacionamentos amorosos.


O termo “Emo” provém de uma abreviação da palavra inglesa emotion, e tornou-se um gênero musical derivado do hardcore. Este termo foi, em sua origem, atribuído às bandas presentes no cenário punk de Washinton, tendo esse novo gênero, suas raízes no punk rock.

Bandas que se enquadravam no estilo hardcore acabaram por aderir ao incipiente estilo musical, o “emocore”, e passaram a compor músicas mais introspectivas, acrescentando influencias do rock alternativo proeminente no momento. Na cultura alternativa diz-se que alguém é ou está Emo quando demostra muita sensibilidade.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

ENTREVISTA COM UM EMO...

Nome: Leonardo Lampier Mendes
Idade: 20 anos
Profissão: Autômomo
Identidade: Emo

*Ser Emo é...
Ser feliz do meu jeito.
* Seu hino é...
Helena,(my chemincal romance), The kill,(30 seconds to mars) entre outras.
*Qual seu hobby?
Internet.
*Personalidade que admira ?
Gerald way(vocalista do MCR).
*Um livro que marcou?
Janis Joplin.
*Onde gosta de ir com os amigos?
Na praça do jardim da minha cidade.

*O que gosta de usar?
All Star, roupas com listras ou quadriculadas, e ainda estampas infantis.
*Como se comunica com sua "tribo"?
Com gírias, formas ”estranhas” de carinho.Isso vem de livre espontânea vontade.
*Porque escolheu fazer parte desse grupo social?
Por que foi com ele que eu mais me identifiquei.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Fique a vontade...identifique-se!

domingo, 4 de maio de 2008

"O indivíduo busca nos grupos sociais um reconhecimento.O agrupamento social é realizado por uma vontade subjetiva, com uma identidade psicológica: A pessoa busca proteção e motivação para viver, produzindo certo tipo de visão do mundo, com valores e sentimentos.

É saudável a identidade de um grupo enquanto dinâmica, quando se torna cristalizada pode levar ao que a psicologia chama de patologia."

Mariana Dalbo, psicóloga e professora da Universidade Federal do Espírito Santo